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LeiturasLivros

  • BOSI, Ecléa. O tempo vivido da memória. Ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

 

“Ecléa Bosi, professora da USP, faz caminhos teóricos inovadores para tratar de memória, preconceito, conformismo e rebeldia. A autora torna atuais as ideias de pensadores como Bergson, Benjamin, Gandhi e Simone Weil, e convida o leitor a dialogar sobre o que a memória recupera, redime e inspira. Dentro dessa perspectiva, os clássicos ajudam a compreender o cotidiano das metrópoles de hoje, com suas contradições entre lembrança e esquecimento.”

 

http://www.atelie.com.br/livro/tempo-vivo-memoria-ensaios-psicologia-social

 

  • CARLOS, Ana Fani A. O espaço urbano: novos escritos sobre a cidade. São Paulo: Contexto, 2004.

“A cidade não é apenas espaço das construções de concreto. é, antes de tudo, o espaço privilegiado em que as relações sociais e cotidianas se desenrolam e, mais que isso, se revelam - seja, por exemplo, nos muros altos erguidos pela classe média e no sobressalto das esquinas com carros de vidros fechados, seja na segregação nem sempre explicitada, mas real, dos shoppings-centers, das lojas e das casas de diversão.

 

Neste livro, a geógrafa Ana Fani Alessandri Carlos retoma suas reflexões sobre a cidade e o urbano, propondo novas e instigantes análises a respeito do tempo e do espaço na metrópole. Longe de fornecer soluções prontas e acabadas, o livro é um convite ao debate, o que o torna imprescindível a todos aqueles - geógrafos, arquitetos, sociólogos, planejadores urbanos etc - que se debruçam a pensar os caminhos e descaminhos da cidade nos dias de hoje.”

 

http://www.editoracontexto.com.br/espaco-urbano.html

  • ESPINDOLA, Haruf Salmen. O Sertão do Rio Doce. Bauru: EDUSC, 2005.

 

“Sertão do Rio Doce é um livro realmente criativo. Coisa rara na pletora de teses e dissertações defendidas nos programas de pós-graduação no Brasil, estimulados pela onda avassaladora da nova história, em cujo bojo inúmeras abordagens foram renovadas, temas recriados, objetos inventados e reinventados. Haruf Salmen Espindola, sob a orientação segura de Eduardo Marques Mauro, consorciou a história da natureza e do homem, no sertão das minas gerais, nas cabeceiras e margens do Rio Doce, no momento crucial de constituição da pátria Brasil, na viragem do antigo sistema colonial, entre o final do século 18 e meados do século 19, seguindo as pegadas iluminadas pelo trabalho pioneiro de Warren Dean.” José Jobson de Andrade Arruda. 

 

http://www.univale.br/sites/editora/catalogo_obras/detalhes/?CodigoObra=20&Titulo=-br-Sertao-do-Rio-Doce

 

  • DAVIS, Mike. Planeta favela. São Paulo: Boitempo, 2006. 

 

“Se a imagem da metrópole no século XX era a dos arranha-céus e das oportunidades de emprego, Planeta Favela leva o leitor para uma viagem ao redor do mundo pelos realidade dos cenários de pobreza onde vive a maioria dos habitantes das megacidades do século XXI. 


O urbanista norte-americano Mike Davis investiga as origens do crescimento vertiginoso da população em moradias precárias a partir dos anos 80 na América Latina, na África, na Ásia e no antigo bloco soviético. Combinando erudição acadêmica e conhecimento in loco das áreas pobres das grandes cidades, Davis traz a história da expansão das metrópoles do Terceiro Mundo, analisando os paralelos entre as políticas econômicas e urbanas defendidas pelo FMI e pelo Banco Mundial e suas conseqüências desastrosas nas gecekondus de Istambul (Turquia), nas desakotas de Accra (Gana) ou nos barrios de Caracas (Venezuela), alguns dos nomes locais para as aproximadamente 200 mil favelas existentes no planeta. 


Cada aspecto dessa “nova cidade" é analisado: informalidade, desemprego, criminalidade; o gangsterismo dos senhorios que lucram com a miséria; a incapacidade do Estado de oferecer infra-estrutura e casas populares, e em contrapartida sua atuação nas remoções de “revitalização” que abrem caminho para a especulação imobiliária; as soluções ilusórias de ONGs e organismos multilaterais; os limites das estratégias de titulação de propriedade, os riscos ambientais e sanitários de se viver em favelas, com exposição a resíduos tóxicos e carência de saneamento básico; o crescimento do fanatismo religioso; e a disseminação de doenças como cólera e AIDS.  Além das estatísticas, o autor revela as histórias trágicas que os dados frios não mostram, como as crianças abandonadas pelas famílias nas ruas de Kinshasa (Congo), por serem consideradas “feiticeiras”, ou a nuvem de gás letal expelida pela fábrica da Union Carbide na Índia, que causou a morte de aproximadamente 22 mil habitantes de barracos nos arredores da unidade da empresa, que não tinham informação sobre os riscos ou opção de morar em outro local. 


O livro traça um retrato da nova geografia humana das metrópoles, onde algumas “ilhas de riqueza” florescem em torres de escritório ou condomínios fortificados que imitam os bairros do subúrbio norte-americano, separados da crescente população favelada por muros e exércitos privados, mas conectados entre si por auto-estradas, aeroportos, redes de comunicação e pelo consumo das marcas globais. Como coloca o autor, citando, entre outros, Alphaville, enclaves constituídos como “parques temáticos” deslocados da sua realidade social mas integrados na globalização, onde se deixa de ser cidadão do seu próprio país para ser um “patriota da riqueza, nacionalista de um afluente e dourado lugar-nenhum”, como os classifica o urbanista Jeremy Seabrook, citado no livro.  Davis explora a natureza desse novo contexto do conflito de classes, entre os que vivem dentro dos muros como em uma “cidade medieval”, e a “humanidade excedente”, que vive fora dela. Um “proletariado informal”, ainda não compreendido pelo marxismo clássico e tampouco pelo neoliberalismo.

 
A materialização extrema desse conflito está no último capítulo do livro, que trata das análises do Pentágono sobre a guerra do “futuro” nas megafavelas do Terceiro Mundo, e o presente do exército norte-americano tentando monitorar as vielas de Sadr City, a maior favela de Bagdá. 


Se a globalização da riqueza é constantemente celebrada pelos seus entusiastas, em Planeta Favela Mike Davis mostra o outro - e imenso - lado da história: as sincronias e semelhanças nada acidentais no crescimento da pobreza no mundo.  A edição brasileira traz ainda um posfácio da urbanista Erminia Maricato que dialoga com a obra de Davis e um caderno de fotografias de favelas brasileiras de André Cypriano.”

 

http://www.boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?isbn=85-7559-087-1

 

  • RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.

Ao escrever isso nos vem a à memória um quadro de Goya que, para além do que representa, expressa com incrível precisão o complexo emaranhado da trama que as relações de poder tecem nos espetáculos mais insignificantes. Pensamos neste Don Manuel Osorio de de Zuniga, que coloca em cena uma criança e seus brinquedos "vivos". A criança vestida de vermelho, o ator por excelência, e também os animais dispostos aos seus pés, à direita, à esquerda e a frente, compõem o significado do espaço do quadro.

 

O significado do espaço também é dado pelas relações mantidas pelos elementos desta composição. A obra de Goya é uma fascinante metáfora pictural de sistema de poder. Sem duvida a criança domina por sua presença realçada pelo vermelho, mas só domina porque todas as relações passadas, presentes e futuras passam por ela. É ela que quem segura o cordão que prende o pássaro colocado à sua frente, cujo os movimentos potenciais são determinados pela maior ou menor liberdade que a criança lhe proporcionará. Á direita dela, três gatos, cuja cabeças ocupam os vértices de um triângulo imaginário, têm o olhar voltado para o pássaro, no qual vêem um trunfo para a violência deles. Violência contida, prestes a se manifestar, mas que a presença da criança impede.Prova disso é a falta de medo do pássaro, que se esforça em levantar uma carta com o bico. Do lado esquerdo da criança, uma gaiola contendo outros pássaros menores expressa o caráter de prisão em segundo plano, do espaço construído.

 

Todos esses animais são trunfos para a criança que os controlam e com eles matem relações de poder. contudo, bastaria que cessasse a convenção - que mantém os gatos em repousa - para que a cena se animasse e se revertesse em drama. A criança também é o trunfo destes animais; é tanto prisão como garantia; ela faz pesar sobre eles a ambigüidade de sua vontade. É a medida da incerteza e a parte do acaso, para eles e para si. É portanto , a representação de um equilíbrio entre uma infinidade de desequilíbrios brios possíveis que podemos imaginar, mas não verificar. as relações de poder se escrevem numa cinemática complexa. (RAFFESTIN, 1993, pp. 6-7)


"http://www.gtmarketing.com.br/wp-content/uploads/por-uma-geografia-do-poder.jpg"

  • RICOEUR, Paul. A Memoria, a Historia, o Esquecimento. Campinas: Ed. Unicamp, 2007. 


"Esta obra comporta três partes nitidamente delimitadas pelo tema e pelo método. A primeira, que enfoca a memória e os fenômenos mnemônicos, está sob a égide da fenomenologia, no sentido husserliano do termo. A segunda, dedicada à história, procede de uma epistemologia das ciências históricas. A terceira, que culmina numa meditação sobre o esquecimento, enquadra-se numa hermenêutica da condição histórica dos seres humanos que somos. Mas essas três partes não constituem três livros. Embora os três mastros sustentem velames entrelaçados, mas distintos, eles pertencem à mesma embarcação, destinada a uma só e única navegação. De fato, uma problemática comum corre através da fenomenologia da memória, da epistemologia da história e da hermenêutica da condição histórica: a da representação do passado. Perturba-me o inquietante espetáculo que apresentam o excesso de memória aqui, o excesso de esquecimento acolá, sem falar da influência das comemorações e dos erros de memória — e de esquecimento. A idéia de uma política da justa memória é, sob esse aspecto, um de meus temas cívicos confessos." Paul Ricœur
 


http://www.editora.unicamp.br/a-memoria-a-historia-o-esquecimento.html


         

 

 

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