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Leituras: Artigos e Dissertações

 

ALVES FILHO, Ailton Pinto; RIBEIRO, Helena. A percepção do caos urbano,
as enchentes e as suas repercussões nas políticas públicas da Região Metropolitana de São Paulo. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 15, n. 3, pp.145-161, Set.Dec. 2006.

 

Resumo: Um aspecto muito discutido na atualidade, por pesquisadores dos fenômenos urbanos, é a percepção dos riscos ambientais. No caso da sociedade brasileira em geral, existe a concepção dominante de que os modelos de expansão urbanos, adotados nas grandes metrópoles, são responsáveis por graves problemas geo-ecológicos, que estas apresentam. No entanto, esta percepção não é muito clara e muda constantemente, evoluindo por força dos acontecimentos. No caso da RMSP - Região Metropolitana de São Paulo, os riscos hídrico-meteóricos são constantemente invocados como graves, merecendo, por parte dos poderes públicos, grande atenção. O presente artigo analisa os mecanismos decisórios e as políticas publicas, tomadas em função da percepção de caos urbano decorrente de grandes episódios de inundação, entendidos aqui como aqueles capazes de literalmente paralisar o ritmo diário de uma metrópole como São Paulo. Considera-se uma situação caótica como aquela capaz de provocar a interrupção do sistema de transportes, impedir a livre circulação de pessoas e mercadorias, gerar enormes prejuízos financeiros e materiais; suscitando o aparecimento de grande número de vítimas. Esta percepção de risco será confrontada com os dados climatológicos de cada situação calamitosa e também com as repercussões destes eventos nos processos decisórios. Pretende-se, desta forma, contribuir com o aperfeiçoamento do planejamento urbano, na gestão compartilhada das águas, e também com o estabelecimento de padrões de análise nos quais se possam verificar os progressos ou retrocessos na gestão deste recurso.

 

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902006000300012&script=sci_arttext

ESPINOSA, Ramón Rivera. Historia Social Y Cultura Local.

 

Resumo: Este trabajo intenta ser una reflexión sobre la importancia de los estudios culturales en la comprensión de los procesos sociales y económicos que poseen las comunidades en general. Sí bien la sociología rural y las disciplinas agrarias se orientan al mundo del campo, en este existen condiciones y situaciones de cambio que pueden ser analizados a partir del terreno de los estudios culturales.

 

Generalmente se abordan estudios que involucran aspectos sociales y económicos, dejándose de lado aquellos elementos que se refieren a las manifestaciones culturales, sus determinaciones y como se expresan estas variables culturales ante el cambio social. En el caso del área cercana a la Zona Metropolitana y el proceso de conurbación de la periferia de la ciudad de México son referentes obligados de explicación, la resistencia política y cultural de las comunidades que aunque van tendiendo poco a poco una perdida gradual de sus tradiciones, se mantienen diversos elementos de la costumbre que posibilitan la identidad comunitaria, condiciones que hay que valorizar, con la finalidad de explicar los porqués de la cohesión social en términos de la identidad local. 

 

En la coyuntura presente, constituida por elementos de la llamada cultura posmoderna, la que fundamentalmente esta constituida por la influencia de las industrias culturales[4]. Se confrontan e interactúan la modernidad y el tradicionalismo, que son dos formas del mismo fenómeno cultural, y donde el desarrollo social constituye un proceso dualista de interacción política y económica entre el gobierno y los ciudadanos.

 

http://www.tuobra.unam.mx/publicadas/031013160910.html
 

FERREIRA, Marieta de Moraes. História oral, comemorações e ética. Projeto História. Ética e História oral, São Paulo, nº 15, p.157-164, abr. 1997.

 

Resumo: A historiadora Marieta de Moraes Ferreira discute a relação entre história oral e identidade, tendo como eixo central o tema das comemorações e da ética. Este trabalho foi apresentado no encontro "Ética e História Oral", realizado em São Paulo, em 1995, e publicado no site do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV). Texto publicado em 1997.

 

http://memoria.petrobras.com.br/artigos-e-publicacoes/historia-oral-comemoraoes-e-etica#.Ud9M8_k3tnM

 

KAROL, Eduardo. As noções de territorialidade e supraterritorialidade – fragmentos de um debate. Revista Vozes em Diálogo (CEH/UERJ) - nº4, P.1-7. jul-dez/2009. 

 

Resumo: O presente artigo trata do tema arranjo territorial. Este pode ser entendido como produto e meio de produção. Aqui se objetiva discutir o problema da territorialidade, um dos mais "negligenciados" pela Geografia.

 

http://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/vozesemdialogo/article/viewFile/943/874

MESQUITA, YURI. Jardim de asfalto: meio ambiente, desenvolvimento e saneamento básico em Belo Horizonte, 1950-1973. In: VI Simposio de la Sociedad Latinoamericana y Caribeña de Historia Ambiental, 2012, Villa de Leyva (Colômbia).
 

Resúmenes de Ponencias del VI Simposio de la Sociedad Latinoamericana y Caribeña de Historia Ambiental, 2012. v. 1. p. 41-41.

 

Resumen: Esta comunicação pretende fazer uma reflexão sobre os rios de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, entre 1950-1973. Nesse contexto, as iniciativas de canalização dos cursos d’água da cidade ligaram-se diretamente à concepção política desenvolvimentista, na qual carros e asfalto foram protagonistas.

 

A pesquisa foi realizada em jornais, fotografias oficiais da Prefeitura da cidade, Relatórios de Prefeitos de Belo Horizonte, entrevistas e relatórios oficiais de órgãos do município. Belo Horizonte, cidade projetada no fim do século XIX para ser a capital de Minas Gerais, foi planejada sem levar em consideração a topografia e a hidrografia da região em que foi construída.

 

Dessa forma, o traçado irregular dos rios não era compatível com as ruas retilíneas pretendidas pelos projetistas da urbe. Devido a essa concepção urbana, os cursos d’água sofreriam a primeira intervenção, sendo “canalizados” para acompanhar o trajeto das ruas. O esgoto também era despejado nos córregos sem qualquer tipo de tratamento. Conforme a cidade crescia, o volume dos dejetos também aumentava, poluindo cada vez mais as águas da bacia dos rios Arrudas e do Onça. Através desse processo os córregos da cidade viraram locais de despejo de lixo, indesejados e sujos. As inundações provocadas pelo assoreamento dos rios e pelo desvio de seu curso natural também contribuíram para a sua rejeição pelos habitantes.

 

Devido a esse cenário, as obras de canalização foram vistas como a grande solução desses problemas e também serviriam para outro propósito, a ampliação do asfalto para a melhoria do fluxo de automóveis. O automóvel, no final da década de 1950, tornou-se o protagonista das políticas urbanas em Belo Horizonte.

 

As obras de asfaltamento e alargamento de ruas tinham muito destaque através de propagandas em jornais e nos relatórios de prefeitos. O asfalto transformou-se no símbolo do progresso e, de forma autoritária, passou por cima de quase tudo que havia no caminho, incluindo árvores, moradores de regiões desapropriadas e rios. Esse processo não foi exclusivo de Belo Horizonte, e pode ser percebido em diversas partes do mundo a partir dos anos 20, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, e, mais tarde, em diversas cidades latino-americanas que passavam por um processo de crescimento acelerado.

 

No caso brasileiro, a chamada “cultura do carro”, ou “cultura do asfalto”, começou a ser empregada, de forma mais sistemática, a partir do governo de Juscelino Kubitschek, (governador de Minas Gerais entre 1951 a 1956) que lançou o “binômio energia e transportes”, promovendo o crescimento industrial. A base do transporte nesse modelo desenvolvimentista seria o automóvel.

 

Durante o governo de Juscelino, mais de 3.000 quilômetros de estradas foram construídos em Minas Gerais. Como presidente (1956 – 1961), Juscelino privilegiou a construção de estradas em todo o Brasil e teve como um dos pilares do desenvolvimento a indústria automobilística. O processo ocorrido em Belo Horizonte - com a canalização dos rios e seu ocultamento na paisagem urbana -, ligou-se a um projeto desenvolvimentista mais amplo, muitas vezes financiado por órgãos internacionais como o BID e o Banco Mundial. Dessa forma, o caso de Belo Horizonte oferece uma oportunidade exemplar para discutir as relações entre política, sociedade, desenvolvimentismo e natureza.

 

http://www.fafich.ufmg.br/halac/index.php/periodico/article/view/43

MOSLEY, Stephen. Common ground: integrating social and environmental history. Journal of Social History Spring, pp. 915-933, 2006.

 

Resumo: Since the 1960s, one of the great strengths of social history has been its willingness to respond to contemporary concerns. However, as environmental issues have pushed their way to the top of the global political agenda, social historians have been slow to meet this new challenge. This paper examines reasons for this reluctance and, more importantly, explores the opportunities for integrating social and environmental history. It is divided into three main parts. The first section deals with the failure of social history to strike up a dialogue with environmental history. Section two aims to show that social and environmental history are basically compatible and complementary fields, and argues for increased collaboration by making human-environment relations a key theme for future research. Drawing on studies—both rural and urban—that have begun to establish common ground between the two fields, section three outlines new areas for investigation, including: the interconnections between social inequality and environmental degradation; environments and identities; and consumption and the environment. By focusing attention on how ordinary people interacted with their environments in the past, social historians could make a significant contribution to current discussions about a sustainable future.
 

http://muse.jhu.edu/journals/jsh/summary/v039/39.3mosley.html

OLIVEIRA, Eduardo Romero de. Histórias de vida às margens do rio Paraná. Revista de História Regional, 13(2): 191-220 , Inverno, 2008.
 

Resumo: Este texto tem por objetivo apresentar alguns resultados da pesquisa histórica sobre o povoamento das margens do Rio Paraná no século XX. A pesquisa foi baseada essencialmente na coleta de histórias de vida dos moradores de 16 municípios às margens do Rio Paraná (tanto aqueles da margem do Estado de São Paulo quanto do Mato Grosso do Sul), em meados de 2006. Sua iniciativa foi decorrente dos trabalhos de resgate da memória das comunidades ribeirinhas, em função do impacto do enchimento do lago da Usina Sérgio Motta. Foram selecionadas de 10 a 30 pessoas de cada município (enquanto um número percentual em relação ao número de habitantes e de família afetadas em cada município pela construção da Usina). Priorizou-se a entrevista com antigos moradores, líderes de comunidade, trabalhadores na construção da usina (“barrageiros”) e reassentados (resultantes do enchimento do lago da usina). As entrevistas permitiram recolher depoimentos, primeiramente, sobre as condições humanas de ocupação da população ribeirinha e suas diversas relações com o ambiente natural. Em segundo lugar, obtivemos detalhes sobre aspectos da vida cotidiana. Por terceiro, recolhemos relatos sobre práticas de trabalho rural e ofícios. E por quarto, os depoimentos sobre as alterações decorrente do enchimento do lago da usina. Foram entrevistadas 204 pessoas nestes dezesseis municípios, que nos forneceram também uma documentação diversa sobre a comunidade (fotos, livretos, manuscritos). Um trabalho de pesquisa com técnicas de história oral que permitiu recolher alguns aspectos das comunidades, do ambiente natural e da memória do enchimento. A análise mais detalhada do material está para ser feita, mas um panorama geral do que foi obtido será exposto aqui.


http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/viewFile/2275/1762
 

 

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15.

 

Resumo: Este artigo toma como ponto de partida o conceito de memória coletiva de Halbwach (cuja maior expressão seria a memória nacional) para explorar como diferentes processos e atores intervêm na formalização e solidificação de memórias. Nessa perspectiva, o autor examina as contribuições da história oral na ênfase que ela permite dar às "memórias subterrâneas" que, ao aflorarem em momentos de crise engendrando conflitos e disputas, silenciosamente subvertem a lógica imposta por uma memória oficial coletiva. Como exemplo, o autor analisa a memória de dissidentes soviéticos, de prisioneiros de campos de concentração e de trabalhadores forçados da Alsácia a fim de explorar os limites entre o "esquecido" e o "não dito", além do trabalho de "configuração" da memória.
 

 

http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2278

RYAN, William James. Reporting the ‘51 Flood: an oral history of the impact of a natural disaster on local broadcast news. WHMC-KC, Universityof Missouri, 20p., 2006.​
 

Resumo: With the 1951 Flood came a disruption of regular radio and television programming in Kansas City as broadcasters performed surveillance and public service roles for the community. Station operation procedures and news reporting roles developed during this news event which taught broadcasters how to perform these duties for similar future events. Oral history interviews and other reports help describe how communicators, collectively as broadcast organizations and individually as news reporters, operated under these emergency conditions. Kansas City broadcasters adapted to their first major natural disaster by programming for the good and welfare of the community. Radio listeners heard regular bulletins advising them of emergency procedures. TV viewers saw a new dimension of this medium in their communal lives—it was not just for fun anymore. Live and timely broadcast coverage of these events heightened public awareness of broadcast journalists’ value in the rapid diffusion of vital information throughout the metropolitan community. It was the maturing of local electronic news.

 

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SELIGMANN-SILVA, Márcio. Narrar o trauma – a questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psic. Clin., Rio de Janeiro, vol.20, n.1, p.65 – 82, 2008.
 

Resumo: O trabalho propõe uma reflexão sobre algumas das características do gesto testemunhal enfatizando as aporias que o marcam. Partindo da idéia de que o testemunho de certo modo só existe sob o signo de seu colapso e de sua impossibilidade, o texto enfatiza os dilemas nascidos da confluência entre a tarefa individual da narrativa do trauma e de sua componente coletiva. Nas “catástrofes históricas”, como nos genocídios ou nas perseguições violentas em massa de determinadas parcelas da população, a memória do trauma é sempre uma busca de compromisso entre o trabalho de memória individual e outro construído pela sociedade. O testemunho é analisado como parte de uma complexa “política da memória”.

 

http://www.scielo.br/pdf/pc/v20n1/05.pdf

 

 
GOMES, Débora Bueno. Estudo antropológico sobre a formação de redes de solidariedade em situação de crise e trauma em contextos urbanos: experiência etnográfica em Itajaí (SC) em face da tragédia de 2008. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. 

 

Resumo: A dissertação de Débora Bueno Gomes insere-se no campo de discussão da Antropologia Urbana e Visual. O exercício trata da composição de redes de solidariedade de emergência formadas como alternativa para enfrentar a situação de crise advinda da enchente de 2008 no Vale de Itajaí, SC. A enchente vivenciada propiciou a emergência de novas redes de interação e sociabilidade que podem ser definidas como relações de reciprocidade e solidariedade entre os indivíduos em que predominam vínculos horizontais enquanto estratégia de sobrevivência. A partir de uma etnografia da duração, a pesquisa trata das trajetórias pessoais e coletivas que configuram as temporalidades da cidade, os tempos de crise e de continuidade da população vitimada.


A pesquisa etnográfica foi desenvolvida nos anos de 2009 e 2010, junto a uma rede de moradores da cidade de Itajaí que vivenciaram perdas materiais durante a enchente de 2008. Partindo do encontro etnográfico, objetivei problematizar o tempo vivido destes moradores ordenado segundo as memórias de suas trajetórias marcadas pela experiência de vivenciar uma enchente. Partindo de uma rede de inserção em campo, acessei redes de solidariedade emergenciais que se formaram no contexto da enchente.

 

Fonte: http://www.abant.org.br/news/show/id/148

 

http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/54073?show=full. 
 

CUSTÓDIO, Vanderli. A persistência das inundações na Grande São Paulo. Tese. Departamento de Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo, 2002. 

 

Resumo: As inundações na Grande São Paulo e as soluções para elas são tão antigas quanto o núcleo urbano. No entanto, constata-se a seguinte contradição: quanto mais intervenções são realizadas, mais o problema persiste e se amplia. O presente trabalho busca fazer uma leitura tanto do problema quanto das soluções. Utiliza-se o conceito "situação de desastre", por ressaltar as dimensões natural e social do problema.

 

Discute-se o que seria uma solução e o aspecto técnico das soluções estruturais (obras) e não-estruturais (institucionais, administrativas, financeiras, leis etc.), sua implantação nas fases de pré, durante e pós-impacto, considerando-se, também, os sujeitos sociais envolvidos. Destaca-se o predomínio da implantação de obras, elaboradas com ênfase na dimensão natural do problema e com equívocos, por negligenciarem o meio físico-natural existente em nome da importação de parâmetros técnicos externos, dominantes e tidos como modernos.

 

Desse modo, a dimensão técnica não atinge a complexidade do meio ambiente urbano, resultando, no extremo, na proliferação de vulnerabilidades socioambientais. Além disso, as abordagens não têm considerado que qualquer solução para o problema é uma solução no espaço urbano-metropolitano, cuja dimensão social não pode ser negligenciada; a atuação deve ser não somente sobre a forma metrópole, mas também sobre o processo social urbano - o que remete à dimensão política, ao perfil das políticas públicas que dela se origina e à necessidade de acordos entre os sujeitos sociais urbanos.

 

Apesar dos avanços no discurso e no corpo das leis - que passam a postular a incorporação da questão ambiental e mostram a crescente percepção da importância das soluções não-estruturais, como o disciplinamento do uso e ocupação do solo urbano, para a redução das "situações de desastre" do tipo inundação na Grande São Paulo, as soluções continuam aquém das necessidades. As perspectivas são de persistência do problema, com melhorias das formas de convivência com ele.

 

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-26032010-182931/pt-br.php

 

Link pra download: 

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-26032010-182931/publico/2002_VanderliCustodio.pdf

 

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